Écloga da Escuridão: O Amor em Sombras Distanciadas

Nas sombras frias da minha solidão,

Paira a lembrança de um amor que se foi.

Um véu noturno cobre meu coração,

Num abismo onde a escuridão me envolve.

A lua pálida espreita na penumbra,

Testemunha silente do desvanecer.

Como um lamento sombrio e sem rumo,

Ecoa o eco daquilo que não posso ter.

Em meu peito, o amor outrora ardente,

Agora vagueia, fantasma entorpecido.

Um cemitério de emoções esquecidas,

Onde cada suspiro é um verso perdido.

As rosas murcharam, enegreceram-se as flores,

Petrificadas pela ausência do toque teu.

Minha alma chora em eterna melancolia,

Enquanto meu ser definha, à míngua do teu.

O tempo e o espaço nos separam agora,

Abismo profundo entre mim e ti.

Estranhos somos, como folhas ao vento,

Em dança triste, desprovida de sutil harmonia.

Ouço o corvo sussurrar em meu ouvido,

Presságio mórbido de um amor que se apaga.

Desespero abraça minh'alma despedaçada,

Enquanto a noite eterna sobre nós se alastra.

Meus lábios pálidos, sussurram teu nome,

Numa prece sombria ao abismo do destino.

O passado se tornou gótica memória,

E a esperança morreu, no eterno desatino.

A morte do amor, uma triste elegia,

Em versos escuros, o lamento ecoa.

Nos abismos da alma, o vazio me consome,

Enquanto a escuridão eterna me abarrota.

Oh, amor distante, minha eterna agonia,

Que pereceste na névoa do esquecimento.

Sob a luz lúgubre da lua gélida,

Eu carrego em mim, teu amor desventuroso.

Assim sigo, pálido e sombrio,

Na penumbra do amor desvanecido.

Entre suspiros e lágrimas sem fim,

Buscando a redenção, nesse amor falecido.

R S Canhadas
Enviado por R S Canhadas em 29/04/2023
Reeditado em 02/05/2023
Código do texto: T7776253
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