SEDE DE SANGUE

Para o mundo estou morto

Mas ainda pulso no coração

De quem acolhe o meu espírito

De quem absorve o meu grito.

No corpo que não é mais meu

O que eu tinha foi decomposto

Não se reflete mais meu rosto

Mas minha presença é temida.

Garotos curiosos me evocam

Eu virei uma lenda urbana

Um escarro na falsa pureza

Em uma sociedade purulenta.

E se me aposso de uma mente

O menino humilhado se levanta

E sacia a minha sede de sangue

Perfurando os seus zombadores.

Garotas solitárias clamam por mim

Querem meus carinhos revigorantes

A minha presença que não é física

Dá às mulheres o prazer profundo.

Eu me nutro do ódio e da vingança

Escrevo um conto macabro na noite

Confortando os seres desesperados

Rasgando a pele que cobre o orgulho.

Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 28/05/2023
Reeditado em 28/05/2023
Código do texto: T7799654
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