Um vulto no cais.

UM VULTO NO CAIS.

E surge um vulto na noite.

Por entre trastes e ratos.

Vagões, baratas guindastes.

E a noite fria no rosto.

O corpo quente do álcool.

O ventre ardendo do ato.

E passos lentos e tortos.

Em direção ao seu barco.

O pensamento no vácuo.

Exala cigarro e gim.

Seu corpo cansado, torpe.

Já sonha com seu camarim.

E sonha; lá fora porem...

O longo apito do trem.

O traz por entre os trastes,

Vagões, ratos, gindastes.

Honorato Falcon
Enviado por Honorato Falcon em 23/02/2009
Reeditado em 29/06/2011
Código do texto: T1453926