VELEIRO À DERIVA
Valha-me a vela
velejante barco
âncora presa
flutuante sem rumo.
Aprumo o curso
veloz o barco, a corrente
à deriva, lento
ensurdece, enlouquece, padece.
Bandeira solta
carregante em prantos
trovejam os raios
despedaçam os faróis.
Anzóis rotos, gastos
enrodilhados, pescados
fervilham pequenos caracóis
perdidos na profundeza do oceano.
Vela, veleiro, volta
traiçoeiros os ventos pranteiam
Bandeira, anzóis, correntes,
flutuam, se queixam, lamentam.
São Paulo, 30 de junho de 2009.