VELEIRO À DERIVA

Valha-me a vela

velejante barco

âncora presa

flutuante sem rumo.

Aprumo o curso

veloz o barco, a corrente

à deriva, lento

ensurdece, enlouquece, padece.

Bandeira solta

carregante em prantos

trovejam os raios

despedaçam os faróis.

Anzóis rotos, gastos

enrodilhados, pescados

fervilham pequenos caracóis

perdidos na profundeza do oceano.

Vela, veleiro, volta

traiçoeiros os ventos pranteiam

Bandeira, anzóis, correntes,

flutuam, se queixam, lamentam.

São Paulo, 30 de junho de 2009.

Marcela de Baumont
Enviado por Marcela de Baumont em 01/07/2009
Código do texto: T1676482
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