o sonho das tartarugas
as tartarugas sonhavam com o luar,
imersas, vagas, no mundo onírico de um corrego
lentamente, a láctea cortina invadia o cristal inquieto
das águas, livrava da noite todas as assombrações da cegueira
desnudava no casco impenetrável da última fronteira entre
as criaturas indefesas mansas e a natureza selvagem,
anagramas, simbolos pantenteados por sábios chineses, hexagonos
tortos e olhares orientais ornados de uma paz imcomprensivel
livres de ilusões, alinhadas ao silencio fóssil das estrelas e da lua,
não fechavam os olhos, não havia sono, despertas
as tartarugas não sonhavam, estavam calmas numa eterna vigilia