Frio...
Do frio do mundo me escondia
me isolava
mas ouvia suas vozes incessantes em algum lugar dentro de mim.
Os dias passavam mudos e calmos
dentro de uma turbulência inexorável.
E um frio de uma frieza inexplicável!
Nada novo, tudo de novo
no entanto,
o tudo parecia longe, muito longe de um renovo.
O frio chegava do fim do mundo
sem o brilho do sol lá no fundo.
Acordando de pesadelos
sonhando outros sonhos
que eram levados por não conseguir vivê-los.
O vento chegava varrendo a esperança
o que fosse bom ou ruim
mas não levou o desejo de ver a bonança
que tudo fosse muito bom no fim.
A saudade, às vezes, chegava!
Uma saudade não do tempo vivido
mas de algo que pelo ar vagava
uma razão para ainda ter sorrido.
O frio ainda chega com o vento calmo e tranquilo
e
mesmo isolado,
as suas vozes ainda soam, mesmo silenciosas e misteriosas
deixando tudo vazio ao lado
mas as sensações são, dentro de mim, sempre as mais generosas!