...Desventura!
 
Ardia uma estranha loucura
Nos dias perdidos deste agora
De um eu que não se quis
Perenamente sereno,
Outrora.

 
Audacioso e voraz
Sorveu inesperada desventura,
Por vezes ofertada
por deuses desalmados!
 
Fiavam-se na eternidade
Que reivindicam os amantes
 Sem conceber, talvez,
em lucidez, a realidade?

       
 Desarmará-se à entrega insana
de um fogo descomunal que lhe ardeu
 No peito, queimando paixão?
 
Tal sentir, 
No entanto,
Negaria-lhe

Qualquer ventura!
 
E, morrendo,
No calabouço do corpo,
Aquele eu...
- antes tão vívido em expressão -
...S
obrevive, hoje, 
 na insaciável sede
 De identidade de alma,
Assombrosamente desperto! 

 
Liliane Prado
(Exercício Poético)
 
 
Liliane Prado
Enviado por Liliane Prado em 14/03/2014
Reeditado em 21/02/2019
Código do texto: T4728475
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.