A escada
Na sala de estar havia uma escada
Degraus ruidosos, a madeira estalava
A cada passo e mais alto subia
E mais perto do quarto se estava.
Numa manhã fria, o pé descalço pisava
Primeiro o direito, descendo a escada
Para começar um novo dia
E seguir a rotina daquela jornada.
De tarde, o soslaio da janelinha banhava
A madeira lustrosa por verniz pintada
A solitária escada escurecia;
Sombras de um retângulo angulava.
Mas ela continha quietude na madrugada
Desciam por ela, mantinha-se calada
Ela era o meio, apenas uma via
De um mundo para o outro...
Descida e escalada.