O azul de seus olhos
contaminaram o céu...
O céu sem nuvens
Estirado sob os raios solares.

O azul de seus olhos
a me contar de tanto afeto
perdido
Tanta bússola quebrada
Tanta chuva ácida
a corroer a alma.

O azul de seus olhos
de cristalino cinza-ardósia
Mostravam as vezes que
você teve que se transformar 
em rocha
para sobreviver.

No azul de seus olhos
enxerguei ódio incandescente
enxerguei ansiedade
enxerguei a infinitude
de suas angústias
E os horizontes se estreitam com
o tempo.

Meus olhos castanhos
Quase chocolatados
Derretiam-se pelos seus azuis
Tão rígidos, tão etéreos
e enigmáticos.

Quem dera sua alma
como a um romance ou peosia.
Quem dera descobrir em você
a rima, o lirismo e a trova
capaz de seduzir-te e
ao mesmo tempo
decifrar-te

Mas, é o mistério
que edifica poentes...
que edifica pontes
que edifica poderes
Pois diante de evidências
Procuramos prever o futuro.
Procurar prever o presente
Na sessão imaginária de rotinas

O seu azul me era sempre inédito.
O seu olhar me era sempre inquisidor
Havia perguntas mergulhadas no mar plácido
de contemplação e existência.

Quando sua mão, num gesto humano
tocou a minha..
o azul avioletou-se
e numa primavera íntima e peculiar
Revelou-se apta a disseminar
a esperança das cores
e do arco-íris.

 
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 02/06/2017
Reeditado em 12/03/2018
Código do texto: T6016574
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