Sangra me

Sangra-me

Sangra-me a alma

De tanto desdenho

Pelas alamedas

De meu corpo febril

E sem calma

Todas as mágoas

E lamúrias brotam

Como lágrimas

Do corpo espele chagas

A mente transborda em cólera

E o espírito se refurta

Diante de paredes

Cinzas e suas rachaduras

disformes

Que em meu peito

Ecoa como palavra crua

Em um turbilhão

Que cala até meu pensamento

Perpétuo e sagaz

Como um sentimento

De incompetência

Que a dura realidade

Me trás

Por Alexandre Samambaia