Niilismo prático e passivo

Meus versos são psicografia

Eu sou médium de mim mesmo

Interpretando as fugas de minha alma

E coagindo-me pelas intempéries

Não nego os soluços de choro

Raros, rasos, mas existentes

Como se chorar fosse necessário

Pra lavar e levar minha ingenuidade

Opondo-me ao desespero

Não devo me curvar ao medo

Afinal, almas não sangram

O que sangra é a vontade da alma sangrar

Meus versos são psicografia

Eu sou médium de mim mesmo

Cada poesia é um dogma

E cada dogma um pedaço de nada