PRISIONEIRA NAÇÃO

Vejo no ar um brilho ácido

Que fere e perturba a minha visão

Que cega os olhos de minha consciência

Invade a minha massa cinzenta

Põe travas e amarras na multidão

Como podem ser instrumento grosseiro

De tolas ideologias e doces palavras,

Ferramenta inútil de transformação?

Aceitas o jogo de conquistas baratas

Ao preço de nada, em troco de sua prisão?

Sóis então mestres da podre consciência

Que alarga a mentalidade burra

Alunos de uma mentira que impregna

E esconde a porta de saída

Com sutis hipocrisias, cestas básicas

De ignorância e uma certeza de palavras mudas

Quem sóis, se igual te comportas?

Democráticos desejos de realização?

Usam sua imbecil inteligência

Para arrotar um restaurante caro

Um posto ocupado, uma língua estrangeira

Uma farta variedade de sandices, uma elocubração

Sóis tão igualmente à célula mater do poder

que aceitas infames fantasias?

“ESTAMOS PENSANDO EM VOCÊ!”

Tens em mente a mesma vontade

Posto que libertos não serás.

Sóis prisioneiros cegos de todas as obscuras

promessas que teus ouvidos surdos escutaram

e tua podre consciência questionou:

“Por que não posso eu também estar ali,

ficar deitado em berço esplêndido,

descansando em meu poder"?

Farta e falsa cegueira nacionalista!

Sóis tão tolos em suas mentes!

Enganar-se? Por quê? Sóis dementes?

Dos filhos desta terra sóis semente,

Sóis eterna plantação!

Liberta-te, liberta-te,

Que liberto serás então.