URUBUS

Os urubus não mentem

quando aguçam um mau cheiro,

um cheiro podre de coisas que não prestam,

estragadas, arruinadas, fedentinas

provocadas por mentes sujas, malvadas,

maliciosas, que de tudo servem para nada.

Línguas afiadas, prontas, discursos

puramente montados, preparados

para abortar a mente daqueles

que acham ter o direito de pensar.

Pobres mentes!... nada sabem da vida

que lhes planejam, sem nenhum traço

sem escolha, sem meios de explicação.

Esquerdas e direitas se misturam

num jogo claro de interesses comuns

às suas sociedades montadas, bravamente

articuladas, limpas, límpidas da realidade

clara, para não profanar com coisas

necessárias, suas falsas ideologias,

brinquedo apropriado para cabeças

fúteis, belas e de valores desraigados.

Vai pelo ar o mau cheiro, o odor dos

excrementos mentais, daqueles intitulados

perfumados.

Tolo engano! pois, no meio dos vivos,

os urubus encontram seu prato predileto,

rondam e denunciam a presença

de coisas que não prestam, e nestas coisas

estão as mentes dos "nobres", exalando o perfume

caro, extraído do único prato servido,

a esperança de viver, simplesmente viver,

sem essa "coisa normal".

angela soeiro
Enviado por angela soeiro em 06/06/2006
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