POVO DO MATO- CAINGUANGUE

Um barco sem rumo, sem timoneiro

Um andarilho, vagando sem dinheiro

Ambos parceiros

Poço sem fundo, sem saída

Arvores frondosas de outrora

Hoje, carcomidas, tombadas

Errantes dos becos escuros

Fabricantes de cestas

Povo do Mato, Cainguangue

Coxilhas, flechas, flechilhas

Calçadas, moradas, derrocadas

Lanças partidas, vidas quebradas

Tetas magras caídas

Filho desnutrido sugando

Orgulho ferido, enterrado

Donos da terra

Mãos estendidas, esmolando comida

JOAO DE DEUS VIEIRA ALVES
Enviado por JOAO DE DEUS VIEIRA ALVES em 25/06/2006
Código do texto: T182335
Classificação de conteúdo: seguro