CARVÃO

Ao descobrir por acaso,

Seu Sonego nem imaginava,

Que as pedras que ali ardiam,

Inúmeras riquezas trariam,

Ao futuro deste chão.

Pedra negra, abençoada.

Tesouro que ninguém plantou.

Lá das entranhas da terra.

O homem a retirou.

Trazendo-a, à superfície,

Por dinheiro ele a trocou.

Produziu riqueza e lixo,

Ao homem que aqui chegou.

Muitas famílias chegaram,

De outros lugares migraram,

E só o que procuravam,

Era o trabalho que aqui sobrava,

Pra seus filhos sustentar.

Com o gasômetro na mão,

O mineiro que adentrava,

Lá na mina ele buscava,

O negro e escuro carvão,

Que lhes traria o pão.

Muitas foram às riquezas,

Que esta pedra abençoada,

Por Deus nos foi deixada.

Proporcionando alegria,

Para um povo que temia,

E muito necessitava.

Hoje quase se acabou,

Na superfície deixou,

Marcas de horror.

Nas plantas e nos rios que matou,

Dos pássaros que sumiu,

E o dinheiro que acabou.