Cinquenta por cento

Era algo mais que cinquenta por cento,

Na entrada do túnel, um lamento

Aquele que é pio de coruja; agouro soturno

Não é aventura,

É o corte da noite na rajada da arma

Já foi AK-14,

Agora submetralhadora nove milímetros,

Na guerra, polícia!

É gente que mata, por tênis e camiseta,

É gente que doa sorriso, morre na lata do lixo.

Afro Reggae é Evandro

É Francisco...

Noite que vaga no limbo,

No rastro de sangue;

Sorriso de menino, guardado na boca,

Nos dentes, no branco,

Da alma vencida, tombada, "morrida",

No branco da noite mulata,

Do camburão que mata,

Era apenas cinquenta por cento,

A roupa levada,

A vida ceifada,

Total cem por cento!

"Homenagem à Evandro do Afro Reggae"