Literatura Desvairada
Há uma canção que pelo tempo dura
Uma antiga realidade, uma fruta madura
Esqueceram-se do que se passou, da luta travada
Dos Heróis leterários ou até de Passárgada
Os novos poetas não lembram da glória
Dos quadros grosseiros da nova história
De uma escola Nova sem rima sem traço
Dos "desvairados" com peito de aço
Um exemplo vive, o que o tempo guardou
Um livro de contos que do passado restou
Mas o ideal está de volta a batalha não foi ganha
Uma mistura imiscível uma coisa estranha
"A Burguesia fede, a Burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia, não haverá poesia"
Assim cantou o poeta, mas nada mudou
Parece-me que o protesto o alvo não alcançou
Não sabe-se quem é burgues ou poeta
Se tudo foi verdade ou uma lenda incompleta
Devemos recobrar a honra e vestir o NOVO
Uma nova antiga estilística, retrato do povo
O que diriam os Andrade hoje? Eu imagino
Que não passou de algo uníssono
"Me pai foi rei: Foi! - não foi! - foi!"
Assim cuaxou e cuaxa o sapo boi.