Terra de Nada

Quando disseram que haviam descoberto

E mesmo que sem tirar discaradamente

Escolhera um nome que combinasse com mulata

Que sem querer rimasse com bola

Assim que disseram que descobriam terra de nada

Caras pálidas pensaram que não deixariam

Desceram em terras de palmeiras para dizer

Provaram do açúcar e comeram toda gente

Sem pensar o que haveria de medo

Sem querer dizer algo de explicação

Deveriam descobrir já é tarde

O povo que vive aqui não pinta o rosto para assustar

Dançam para sorrirem de suas faces palhaças

Berrando uma voz sem som, sem dor

Bastam as chicotadas e virou belo

Não pagaram o aluguel pela posse de suas vidas

Sambaram em troca de poucos aplausos

Acreditaram de repente nas virtudes menos óbvias

Esqueceram-se de esquecer enquanto jogavam

E um novo povo já havia sido criado

Aí quando foram ver todos conviviam felizes

Os navios sujos de sangue negro eram de pó branco

Amaram-se porque havia ao certo falta de grito

Até o fim da descoberta não se soube

Que tipo de povo habitava tais terras

Lady Sophia
Enviado por Lady Sophia em 31/07/2006
Reeditado em 13/09/2006
Código do texto: T206347