Devassidão

O intenso foguetório anuncia

Tolhido o povo caminha

Por um quinhão estandartes carregaram

Flâmulas agitam

A apreensão a todos incorporará

E indecisos ficarão sem saber

Qual será o melhor caminho

Silenciar ou gritar

O grito já ecoou e tão pouco alterou

Famélico o povo continuou

O silêncio poderá ressuscitar

A veemência a que disto está

Moralidade ficam a pedir

Mas, eis que falta a sinceridade no olhar.

E amordaçando a multidão

Da bainha tiram a espada para silenciar

Aqueles que por justiça clamam

Pelo labor que falta

Por impostos justos

Por homens virtuosos

Que o desigual possa ser igual

Que a liberdade seja o direito de fiscalizar

A palavra Excelência não se torne tão vulgar

E quem delatar não seja o primeiro a crucificar-se

Não importando quem o poder na bainha tenha

Não hei de silenciar

E neste dia sempre haverei de gritar

Dignidade, Dignidade, Dignidade...

Robert Jorge
Enviado por Robert Jorge em 07/09/2006
Código do texto: T235066