O cocô do rei.

O COCÔ DO REI.

Havia certo país.

Na América do meu avô.

Aonde a àgua era pura.

Como a maçã do amor.

O campo matava a fome.

Alimentado de fé.

Fiapos de manga nos dentes.

Depois sorviam café.

Na rede enfrente a janela.

Veslumbre do cafezal.

O sol lumia o dia.

A lua ascende o farol.

Candeeiro luz natural.

Desperta toda emoção.

Balanço desse meu beijo.

Faz disparar o alazão.

Um dia porem por aqui.

Apeou a orda real.

Comeu o pão quer servi.

Cagaram no meu quintal.

Rasgou a cama-balanço.

Roubou nosso bornal.

Botou pra fora meus filhos.

E fui dormir no curral.

Que merda de rei è esse.

Que tira tudo da gente.

Que trás com ele a ira.

E nem palita os dentes.

Que fede feito gambà.

Que haje como demente.

Aonde cospe não nasce.

Nem capim e nem semente.

Independência ou morte.

Ao seu fedido cocô

Que và sujar o pinico.

Da casa de seu avô.

Que leve a sua gentalha.

Pra longe do milharal.

Retorne com sua corte.

De volta pra Portugal.

Honorato Falcon
Enviado por Honorato Falcon em 02/08/2010
Reeditado em 16/08/2017
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