O cocô do rei.
O COCÔ DO REI.
Havia certo país.
Na América do meu avô.
Aonde a àgua era pura.
Como a maçã do amor.
O campo matava a fome.
Alimentado de fé.
Fiapos de manga nos dentes.
Depois sorviam café.
Na rede enfrente a janela.
Veslumbre do cafezal.
O sol lumia o dia.
A lua ascende o farol.
Candeeiro luz natural.
Desperta toda emoção.
Balanço desse meu beijo.
Faz disparar o alazão.
Um dia porem por aqui.
Apeou a orda real.
Comeu o pão quer servi.
Cagaram no meu quintal.
Rasgou a cama-balanço.
Roubou nosso bornal.
Botou pra fora meus filhos.
E fui dormir no curral.
Que merda de rei è esse.
Que tira tudo da gente.
Que trás com ele a ira.
E nem palita os dentes.
Que fede feito gambà.
Que haje como demente.
Aonde cospe não nasce.
Nem capim e nem semente.
Independência ou morte.
Ao seu fedido cocô
Que và sujar o pinico.
Da casa de seu avô.
Que leve a sua gentalha.
Pra longe do milharal.
Retorne com sua corte.
De volta pra Portugal.