PELAS RUAS DE SÃO PAULO (1º Cântico)
Sou partícula de garoa fina
que escoa por veias e veios luminosos
Sou parte deste rumor sem trégua em meio aos estalidos
Pertenço a essa sistemática da pedra modificada
Meu coração é maior que o mundo
Por isso acolhe essa cidade num abraço enternecido
Sou transeunte e organismo intenso no trânsito indelével
Cheio o ar baço, carregado de óleo Diesel
E o bafio deletério das fumigenas nuvens
das fábricas insensíveis
Mas, meu orgulho é de aço, não se aquebranta
Sou paulista de treze listras na alma
Velando pela vida irrequieta desta flor em movimento
Embora eu seja cigarra cantando para as formigas.