Corre corre

escreve Caminha

palavras belas

da terra minha.

Corre corre

tira tinta

pega ladrão

tanto rouba e mata

quanto estupra

êta filho do cão.

Corre corre

curumim

sua cultura vai sumir

se esconde na mata

jesuíta tá aí.

Corre Corre

come açúcar

êta negro fujão

no Canudos tem rapadura

atira atira

revolução.

Corre corre

coroné

la vai o lucro

do café.

corre corre

vem um tal

de industrial

estudantes da união

o petróleo é nosso

meus irmãos.

Corre corre

olha o condor

some e morre

ninguém sabe quem matou?

corre corre

esconde o jogo

vende uma estatal

êta brasileiro burro

parece filho colonial.

Corre corre

cuidado

com o neo-liberal

êta ladrona da porra

uma tal de multinacional.

Corre corre

Caminha

tanto sangue

nesta terra minha.

Poderia eu hoje

escrever com os olhos

de Pero Vaz de Caminha?

Paulo Cristian 06/2001

Paulo Cristian Mendonça
Enviado por Paulo Cristian Mendonça em 15/12/2011
Código do texto: T3389641
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