SAUDADE DO PANTANAL

(reeleitura Canção do exílio) - GONÇALVES DIAS -1823/1864

Minha terra tem buritis,

Onde cantam as canindés;

As maritacas, cá nem ouvimos

Alvoroços como lá.

Nosso céu tem mais nuvens,

Nossas ruas tem mais árvores,

Nossas matas tem mais verdes,

Nossa vida mais calores.

Em matutar solitário, à noite,

Mais beleza encontro eu lá;

Minha terra tem buritis,

Onde cantam as canindés.

Minha terra tem ipês,

Que tais não encontro eu cá;

Em matutar - solitário, à noite -

Mais beleza encontro eu lá;

Minha terra tem buritis,

Onde cantam as canindés.

Me permita Deus que eu viva,

Prá que eu volte para lá;

E desfrute os calores

Que não encontro por cá;

Assim pôr à vista os buritis,

Onde canta os canindés.