A Marca

É noite, no mar das madrugadas.

O vento frio apaga a luz do castiçal.

Muros se concretizam.

Não existe noite,

Nem dia.

Nem sono, nem vida.

Inevitavelmente uma luz se interpôs aos blocos de concreto.

Será finalmente o Sol?

Incertezas rondam minha cabeça

Só sei que marca

A marca está de farda

A marca está armada

O grito é a marca

Dos mudos da madrugada

Ascensionistas evidentes

De uma tentativa exemplar

E é justamente perto do Sol

(oh rara oportunidade)

Que tudo se despenca

A farda se incendeia

O grito é teimoso

A arma já pesa

Na terra da pedra, cai de cabeça.

Lágrimas Ardentes

Molham Afonicamente

Resquícios Cintilantes

De uma Alma

Monotonia renascente

Sem marca, nem farda, nem arma.

Apago a chama do castiçal

E vou dormir

Iloivas
Enviado por Iloivas em 13/01/2007
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