A Marca
É noite, no mar das madrugadas.
O vento frio apaga a luz do castiçal.
Muros se concretizam.
Não existe noite,
Nem dia.
Nem sono, nem vida.
Inevitavelmente uma luz se interpôs aos blocos de concreto.
Será finalmente o Sol?
Incertezas rondam minha cabeça
Só sei que marca
A marca está de farda
A marca está armada
O grito é a marca
Dos mudos da madrugada
Ascensionistas evidentes
De uma tentativa exemplar
E é justamente perto do Sol
(oh rara oportunidade)
Que tudo se despenca
A farda se incendeia
O grito é teimoso
A arma já pesa
Na terra da pedra, cai de cabeça.
Lágrimas Ardentes
Molham Afonicamente
Resquícios Cintilantes
De uma Alma
Monotonia renascente
Sem marca, nem farda, nem arma.
Apago a chama do castiçal
E vou dormir