Eterna Alvorada

Janelas abertas trazem o vento

Que grita e empurra as cortinas

Já posso ver,

É dia outra vez:

A aurora escarlatina (que mais parece roxa)

Incinera minhas exaustas retinas

Cansadas de esmolar

Pelo suave tom do mar.

Longe, no topo de uma árvore,

Me fascina o canto de uma ave.

Sugere um Sabiá,

Marrom-avermelhado e de canto suave.

Duro rumo tomei

Guiado por uma obscura sedução.

Compaixão eterna,

Punição severa,

Dos deuses um castigo,

Carregar a liberdade entre o eterno submisso.

A vista já está cônica

Quanto mais perto, mais longe.

O som habituado à mente

Do diabólico clarinete.

É o toque, é a hora,

Acredite, do dia, o Sol foi-se embora.

Iloivas
Enviado por Iloivas em 13/01/2007
Código do texto: T345843