Eterna Alvorada
Janelas abertas trazem o vento
Que grita e empurra as cortinas
Já posso ver,
É dia outra vez:
A aurora escarlatina (que mais parece roxa)
Incinera minhas exaustas retinas
Cansadas de esmolar
Pelo suave tom do mar.
Longe, no topo de uma árvore,
Me fascina o canto de uma ave.
Sugere um Sabiá,
Marrom-avermelhado e de canto suave.
Duro rumo tomei
Guiado por uma obscura sedução.
Compaixão eterna,
Punição severa,
Dos deuses um castigo,
Carregar a liberdade entre o eterno submisso.
A vista já está cônica
Quanto mais perto, mais longe.
O som habituado à mente
Do diabólico clarinete.
É o toque, é a hora,
Acredite, do dia, o Sol foi-se embora.