Basta...
É o meu povo que grita,
nesta luta desigual…
Na pequenez a desdita,
de ser tratado tão mal.
Basta…
Luxúria dos governantes,
à pobreza deste povo;
Essas promessas sonantes,
sonhou-se num homem novo.
Basta…
O Luso peito diz basta,
não quer mais, ser enganado;
Pois a verdade o afasta,
do seu ideal sonhado.
Basta…
Digo basta… e grito eu,
com fome envergonhado…
Apenas quero o que é meu
e me está a ser roubado.
Basta…
Vossos erros o povo paga…
Os ricos dão o que sobra;
Os pobres é triste saga,
o que o estado lhes cobra.
Basta…
Há fome em Portugal
e a miséria também…
Não vêem que fazem mal,
tirar o que o povo tem?
Basta…
Políticos… nobre casta,
de golpes enriquecidos.
Chegou a hora… já basta,
de estar-mos adormecidos.
Basta…
Grita o meu Portugal,
peito sempre nobre e puro,
não roubem mais, porque é mal
e destrói nosso futuro…
Basta…
De escolas a acabar…
De crianças desvalidas…
Sem futuro para sonhar…
Doentes, mal são paridas.
Basta…
Basta é o meu grito agora,
não tirem o que nós temos.
Olhem… chegou a hora,
desta verdade saber-mos.
Basta…
Sou o velho do RESTELO,
tenho pulmões para gritar;
O branco do meu cabelo,
diz-me… Não vai continuar…