REALIDADE

Aquela noite dormi sentada

e sonhei, ainda que apressada,

o sonho do amanhã.

Vi bocas, submetendo-se mudas

ao que não deveria ser calado.

Vi mãos atadas

ao que deveria ser desprezado.

Vi olhos serrados

a tudo que não era em vão.

Vi uma bandeira hasteada

e letras gastas

descrevendo o declínio de uma nação.

As cores :

era o verde azia,

o amarelo apatia,

o azul ausência

e o branco da incompetência.

Foi quando acordei assustada

e resolvi deixar de sonhar.

Flávia Martin
Enviado por Flávia Martin em 11/02/2007
Reeditado em 08/09/2011
Código do texto: T377701