FLORES PARA LISBOA
Cidade de magia!...
Se quiseres, olvida esta poesia,
mas aceita, Lisboa, sem te opores,
os ramos e o perfume destas flores,
que colhi, ao luar, no meu jardim:
rosas, cravos, violetas e jasmim!
Deixa-me separá-las...
Com as minhas mãos quero colocá-las
naqueles Monumentos que, ciosa,
conservas em teu seio. Uma rosa
vou deixar no castelo de S. Jorge,
que ainda dá, a sombra que não foge,
p’ra proteger Lisboa -
a minha Terra – minha Gente boa!
- Na majestosa Sé vão ficar cravos,
para homenagear, santos e bravos
Portugueses, que em nome de Deus, tudo
fizeram pela Pátria! – Eu saúdo
todos!... Eu vos aclamo,
beijando os cravos lindos deste ramo!
- Ponho um bouquet, soberbo e imponente,
(rosas de rubra cor) em S. Vicente!
Lá... nas Torres da Igreja será c’roa,
pró mártir Padroeiro de Lisboa!
Na Torre de Belém,
- ex-libris da Cidade – mas também,
na admirável Basílica da Estrela
deixarei várias flores que são pela
memória dos artistas, que eram dantes,
criadores de artes deslumbrantes!
No Palácio Real
da Ajuda, que é o maior da Capital,
eu vou lá colocar, um cravo branco,
que tal, como o Palácio, tem encanto!
- No Terreiro do Paço... muitas rosas,
enfeitando as arcadas majestosas!
E no Cais das Colunas?!...
E no Arco do Triunfo?!...Jóias unas...
Terei de dividir, rosas e cravos,
os últimos que dou, mas sem agravos.
- Rosas e cravos já não tenho... e tantos
monumentos sem flores... Nem sei quantos!?...
Vou dar-lhes as violetas...
São entre as que colhi, as flor’s mais pretas,
porém, o seu perfume é sedutor!
Nelas deponho beijos de louvor!
E para o Rio Tejo que namora
a Menina Lisboa a toda a hora,
vou atirar, por fim,
este meu belo ramo de jasmim!