Dresden

Vultos alígeros rasgam a brisa da manhã

Pássaros flamejantes atacam noite e dia

Guiados pelo olho da vingança

O preço a pagar anunciam em flagícias bandejas

Séculos de cultura

Séculos de beleza

Dias de infâmia

Dias de opróbrio

É teu povo opresso em letífico momento

Traz o exício mão de implacável inimigo

Dresden, ajoelha-te, e agoniza!

Dresden, queima, e purga-te!

Tuas tropas, soterradas em trincheiras

Teus líderes, abandonando suas poltronas

Em desespero, lançam-se à última conjuração

Aos deuses que já rejeitam suas imolações

Cai a última sagrada catedral

Espedaçam-se as últimas sagradas relíquias

Sobre escombros, exalça-se rubra selvageria

Resta-te o incenso de bombas incendiárias

O lampejo da morte e o estupro de tua vergonha

Refletem-se nas ardentes águas do Elba

A perfídia da guerra ser-te-á mancha na história

Imperioso é tornar-te cinzas, e das cinzas renascer!

Isaque
Enviado por Isaque em 08/09/2013
Código do texto: T4472494
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