AMAZÔNIA
Amazônia,
Terra querida e amada,
Símbolo da mãe-natureza
De grande honra e beleza
Que, apesar do teu nome,
És moça delicada
E virgem sedutora
Desejada
Por muitos estrangeiros
E adorada
Por poucos brasileiros
Em teu imenso tapete verde
Esconde-se a mata
E a floresta virgem
Intocada por séculos
Preservada por milênios
Até que a sede
E a ganância dos homens insana
Fizessem de ti
Um alvo de muitos desejos
E o palco – da cobiça humana
Que, desde que chegou o primeiro
Até a época dos “piratas” modernos
Foram muitos os aventureiros
E certa – a aventura dos loucos
Dos poucos que desejam mais
E dos muitos – que não querem pouco.
Do antigo “inferno verde”
Tornou-se o paraíso
Das grandes madeireiras
(sejam dos teus filhos
Ou das nações estrangeiras)
E das ONGs poderosas
Que fazem das reservas indígenas
Suas “colônias” verdadeiras
Onde não há livre caminhar
Para seus habitantes
Nem entrada ou saída
Que não seja concedida
Sem que haja permissão para andar
Pelos “colonos” modernos
Que não usam barbas
Nem andam em caravelas
Mas o que se dizem defensores
De uma luta aberta
Da mata outrora virgem
Da fauna e da flora
E do intocado ouro
Esperando sua vez e sua hora
Para que possam explorar
(De forma secreta)
E desenterrar
Seu precioso tesouro
Maior riqueza há nas folhas
Nos frutos e nas flores
No caule suculento
Ou nas raízes imersas
No lodo lamacento
E no solo frágil – e pobre
Que de tal pobreza aparente
Nasce uma floresta imensa
E de riqueza tão nobre
Que, mesmo sendo invisível,
É uma fonte de muitas curas
E um grande fornecedor
Ainda não descoberto
De víveres alimentícios
De grande potencial genético
Para que o “Mar de Praia Verde”
Não seja doado ou vendido
Ou “internacionalizado”
Pelo Vizinho do Norte
Ou o “Clube dos Fortes”
És, tu, Amazônia
Mulher guerreira e forte
Expulsa do teu ventre
Os piratas
E os aventureiros de todas as sortes
Que não querem o teu bem
Mas fazer de ti
Uma “dama de consorte”
Explorando o sangue dos teus rios
Que se espalha por território imenso
Fertilizando cada árvore
E cada caule gigantesco
Querem explorar
De tua epiderme
Como um rico burguês
O ouro, o ferro e o manganês
E, se forem adiante,
Vão encontrar teu diamante
Escondido em teu ventre intocado
Protegido – por tua mata copada
E floresta luxuriante
Não querem o teu ouro
Para o bem de todos
Mas para o lucro de poucos
Nem os teus genes
Desejam eles
Para as causas sociais
E sim – para o lucro
Das multinacionais
Amazônia, Amazônia,
És um grande mistério
Para os materialistas
E senhores de louca razão
E um segredo
Para os poucos nativos
E dos que usam o seu coração
Sejas forte e delicada
Com os teus filhos do Norte
Sejas aberta e hospitaleira
Para os homens de sábia razão
E intolerante
Com os homens ignorantes
Que fizeram de suas companheiras
Tristes rameiras
Desertos de solo infértil
E cobertos de poluição rasteira
Como vítimas indefesas
Da agressão tão grosseira
à Sagrada Mãe-Natureza