BRASILBÓLIA 06 - O RIO DAS PENAS
Teria a esquadra lusa de se confrontar
Em luta acérrima de tenaz persistência
Contra um time ancestral de fama a cintilar,
Por Cortez caldeada a rústica evidência,
Sabendo que, para vencer, urgia apenas
Ter de unir forças pra passar o rio das penas.
Por não haver o muro de Zapata & Vila,
Que a esquadra mexicana levou à liberdade,
Bastaria a estratégia da lança em Arzila
Pra escancarar as portas da heróica cidade.
Sem capitão Ronaldo, penando em esperas,
Surge capitão Bruno derrubando Herreras.
O prélio era difícil mas imprevisível,
Tão perto do sucesso como da derrota,
Ficando o Rio Grande quase inatingível
E a baliza inviolável mudada em janota.
Mas eis, mesmo ao cair do mascarado pano,
Luziu o mel da sorte ao time lusitano.
Um só golo foi mais do que suficiente
Para cumprir etapa de motivação,
São de somenos as lacunas do presente,
Interessa preparar o corpo e a razão.
Há tarefas cruciais de cunho fronteiriço
E alertas a tomar contra piso movediço.
Se há todo um rio de penas para se passar
Que seja este o momento bom pra se investir
Cada projecto tem um sonho para elevar
E um futuro risonho para construir.
Bebei, ó Lusos, da vossa original fonte
E tende por azul todo um amplo horizonte!
Frassino Machado
In A MUSA DOS ESTÁDIOS