NO REINO DOS CAMBALACHOS

Quem me dera usufruir

De um império afortunado

E em riqueza construir

Um palácio ornamentado

Onde pudesse inspirado

Ao meu Paraíso subir.

Disseram para avançar,

Não era preciso mais nada

Senão saber conjugar

Toda a luz da madrugada

Em energia conjugada

Com fulvo sol a brilhar.

Este Império ambicionado,

Fruto de um sonho feliz

Ao pé do mar instalado,

Afinal é o meu País

Onde já criou raiz

Um berbicacho danado…

Triste do povo, coitado,

Já é tarde p´ ra acordar

Sente que foi enganado

E agora tem que emendar

Se é que pode restaurar

Aquele Reino encantado.

Embalado em emoções

E com promessas douradas

Deu o aval às intenções

Da nau das favas contadas

E nas negras madrugadas

Evaporaram-se os milhões.

Buracos e golpes baixos

Crateras e mais crateras

Os “heróis” ganharam tachos

E o tempo das loucas eras

Disse adeus às primaveras

No Reino dos cambalachos…

Entre os abismos e o céu,

Onde vai parar este Reino,

Destroçado em lumaréu?

Por maior que seja o treino

Ninguém lhe ajusta o freio

De tão trágico troféu.

Não há nobreza que resista

Nem Pátria que aguente

E quem dera que persista

Uma esperança à sua frente…

Ó cidadão Luso, ó crente,

Mantém tua Alma à vista!

Frassino Machado

In ODISSEIA DA ALMA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 27/11/2014
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