O MAR SECOU
Queria eu a tristeza filosófica mergulhar
Na região abissal
_ A mais profunda do mar _
Afogar o cansaço moral eu queria,
Mas a esperança morreu... “o mar secou”,
Como escreveu Carlos Drummond de Andrade,
E tudo o que do vasto céu de água restou
Foi esse fel, essa mágoa, esse lamaçal
Da histórica corrupção sobranceira,
Tão infensa! Tão nociva!
_ A mais imunda perversidade _
Onde jaz mudo o cadáver da esfuziante alegria
Patriótica da nação brasileira,
Tão imensa! Tão festiva!