UMA REFERÊNCIA AO RIO CARIOCA

UMA REFERÊNCIA AO RIO CARIOCA

AUTOR: Paulo Roberto Giesteira

Por mais de duzentos anos consagrou-se como um rio amado,

Colônia brasileira que era abastecida por esta preciosidade,

Tibos dos índios Tamoios que consideravam como sagrado,

Pelas belezas das mulheres assim como do cantarolar predestinado.

Floresta da Tijuca surgia a sua imaculada fonte,

Fornecimentos fluviais dos aquedutos que passavam por Santa Tereza,

Cosme velho, Laranjeiras, Catete, Largo do Machado e todo o percurso do Flamengo sob algumas pontes,

Desembocando na Baía de Guanabara a sua fiel realeza.

Largo do Boticário havia um chafariz que era por sua razão,

Lavadeiras, banhistas, brincadeiras e as extravagâncias traziam atenção.

Autoridades vigilantes dos reservatórios que o povo fazia por usar,

Que aquela água era a única solução do abastecimento pra tudo de completo beber e usar.

Estes mananciais que expandiram a cidade do Rio de Janeiro,

Primeiro Governador Estácio de Sá a estatizar esta conduta,

Primeira feitoria posta a guarda na saída para o mar a qualquer luta,

Expulsando dos invasores que aqui chegavam pra explorar como estrangeiros.

Para os Tamoios este significado era Akarioka como um peixe cascudo,

Muito comum naqueles rios que eram base da sua alimentação.

Dos Tupinambás era karioka ou kariók como casa de carijó testudo,

Vanguarda do tronco Jê, Tupi Guarani pela sua respectiva formação.

Daí se procedeu toda a evolução épica da cidade do Rio de Janeiro,

Brancos portugueses, dos ameríndios, ou dos negros escravos,

Colônização exposta a expansão demográfica por todo o seu roteiro,

Destes afluentes saíram quitutes, doces ou sabores servidos a cravos.

Índios que sobreviviam as margens dos rios e das suas ocas,

Das caças, das pescas, dos plantios a demanda das suas sustentações,

Verduras, cereais, legumes, carnes ou milhos, farinha ou mandiocas,

Conviviam eles as custas das violências das supostas invasões.

Suas aventuras ou mesmo das conquistas ou troca trocas,

Rio que deságua pela praia do Flamengo a sua confrontação,

Saiu a sua tão definida e gentílica interpretação,

Dos peixes ou caranguejos que sobrevivem as suas locas.

Para o povo do Estado do Rio de Janeiro foi adotado este título que entoca,

Gema do núcleo da centralização e da urbanização do largo da carioca,

Daqueles que erram por levar umas repudiadas mocas,

Criações das galinhas, patos, marrecos, gansos porcos e porcas...

Botos, cações, acarás, tucunarés, bagres, mandis, cernambis, ou focas.

Se algo for pra se esconder amoite por uma sigilosa toca,

Assuntos longos é que diferencia um discurso debate a uma fofoca,

Broa de milho, bolo de fubá, cocada, creme de amendoim, cuscuz feito de tapioca,

Cidade do Rio de Janeiro pra quem nascido com linhagens é carioca.

Paulo Roberto Giesteira
Enviado por Paulo Roberto Giesteira em 06/06/2016
Reeditado em 19/08/2021
Código do texto: T5658629
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.