NOSSA BANDEIRA

Pela data de hoje, simbolo da luta dos paulistas que tombaramna Revolução Constitucionalista de 32

Bandeira da minha terra,

Bandeira das treze listas:

São treze lanças de guerra

Cercando o chão dos paulistas!

Prece alternada, responso

Entre a cor branca e a cor preta:

Velas de Martim Afonso,

Sotaina do Padre Anchieta!

Bandeira de Bandeirantes,

Branca e rota de tal sorte,

Que entre os rasgões tremulantes,

Mostrou as sombras da morte.

Riscos negros sobre a prata:

São como o rastro sombrio,

Que na água deixara a chata

Das Monções subido o rio.

Página branca-pautada

Por Deus numa hora suprema,

Para que, um dia, uma espada

Sobre ela escrevesse um poema:

Poema do nosso orgulho

(Eu vibro quando me lembro)

Que vai de nove de julho

A vinte e oito de setembro!

Mapa da pátria guerreira

Traçado pela vitória:

Cada lista é uma trincheira;

Cada trincheira é uma glória!

Tiras retas, firmes: quando

O inimigo surge à frente,

São barras de aço guardando

Nossa terra e nossa gente.

São os dois rápidos brilhos

Do trem de ferro que passa:

Faixa negra dos seus trilhos

Faixa branca da fumaça.

Fuligem das oficinas;

Cal que das cidades empoa;

Fumo negro das usinas

Estirado na garoa!

Linhas que avançam; há nelas,

Correndo num mesmo fito,

O impulso das paralelas

Que procuram o infinito.

Desfile de operários;

É o cafezal alinhado;

São filas de voluntários;

São sulcos do nosso arado!

Bandeira que é o nosso espelho!

Bandeira que é a nossa pista!

Que traz, no topo vermelho,

O Coração do Paulista!

Guilherme de Almeida
Enviado por Cida Micossi em 09/07/2017
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