Poema de Manuel Maria Barbosa du Bocage

Liberdade, onde estás? Quem te demora?

Quem faz que o teu influxo em nós não Caia?

Porque (triste de mim!) porque não raia

Já na esfera de Lísia a tua aurora?

Da santa redenção é vinda a hora

A esta parte do mundo que desmaia.

Oh! Venha… Oh! Venha, e trémulo descaia

Despotismo feroz, que nos devora!

Eia! Acode ao mortal, que, frio e mudo,

Oculta o pátrio amor, torce a vontade,

E em fingir, por temor, empenha estudo.

Movam nossos grilhões tua piedade;

Nosso númen tu és, e glória, e tudo,

Mãe do génio e prazer, oh Liberdade!

Manuel Maria Barbosa du Bocage
Enviado por Quo Vadis em 08/09/2017
Reeditado em 08/09/2017
Código do texto: T6108136
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