Asfalto

Asfalto

Queimam-se as solas

Dos pés pouco protegidos

Derretem os pneus

Dos inertes veículos parados no trânsito

Sobre o asfalto.

Preto, áspero, às vezes escasso

Terrível contraste com o pouco de cor

Que já não nos resta

Mas dele precisa o progresso

É ele que reveste o chão

Nos facilita a ida e a volta

O ganha pão

É nele que rodamos as rodas do progresso

E as da destruição.

Paradoxo, mal necessário

Feio.

Encobre a cidade e o vermelho da terra

Natureza encerra

Invade, transgride, esburaca

Destrói

Constrói

Levanta a cidade

Leva adiante

Pelo infinito caminho coberto de asfalto.

Rodrigo Augusto Fiedler
Enviado por Rodrigo Augusto Fiedler em 01/07/2008
Código do texto: T1059231