Amanhecer sem juízo

        Janela debruçada sobre o rio...
        Traz este das profundas,a manhã,
        Envolta no palor suave e frio
        Da noite, a findar inglória e vã...

       As aves pantaneiras, em desvario,
       Envolvem o dia! Na cantilena,
       Vêm aplaudir, do sol, zeloso brio
       Em dourar na manhã, bela morena!

      È tudo tão esplêndido e perfeito,
      Tão harmonioso e tão festivo
      Neste meu pedaço de chão eleito,

     Que, em momentos assim, eu preciso
     Dar um mergulho profundo, no rio,
     Pescar aí meu perdido juízo!