SORVENDO UM MATE AMARGO

Hoje levantei-me muito cedo,
Ainda a tempo de acordar o sol,
O amanhecer é um lido arrebol,
Com a sinfonia do passaredo...

Envolto em ouro começa o dia,
Lindamente ornamentado,
Sorvo um mate, ensimesmado,
Com o meu sonhar de fantasia.

Houve tempo em que eu queria,
Muito poder estar a teu lado,
Porém, agora tudo é passado,
Diluí-se a esperança em utopia.

Embora não faça grande alarido
A vida avança célere em frente,
Vai castigando o corpo da gente,
E impregnando nossos sentidos.

Mantenho-me em luta decidido,
Não me entrego “assim no mas”,
Sei do que ainda sou mui capaz,
E como vivê-la, eu mesmo decido...

Marco Orsi 21.10.2008, às 5h30 min