Á minha Caçapava Velha

À minha Caçapava-Velha

(cidade do interior onde cresci)

Caçapava-Velha foste esquecida,

Aqui nasceste Caçapava,

Ainda menina criara asas.

Foste embora,conquistaste vitórias,

Volta-te agora,lembra-te de onde vieste.

“—Oh,Caçapava,não sejas ingrata,

teu berço te espera,e suas canções de ninar...”

Dedica-te agora e conta esta história,

A história de uma cidade que fora feliz!

Tiveste teatro,já foste cenário de grandes

Espetáculos;

Conquistaste riquezas,

Sustentastes realezas

Com seus cafezais...

Oh,Caçapava clareira na mata,

Suas matas lhe pedem socorro.

Propus-me a advogar a causa de

Sua natureza...

Tu nem sabes que aqui ainda existe

Tanta beleza...

As maritacas protestam,

Parecem estar em festa,

Mas a verdade é que estão

Cansadas de agüentar,os ladrões

De ninhos...

Roubam os filhos de seus pais.

E os papagaios também reclamam,

Mas dizem que não tem pra quem reclamar...

O sabiá no seu canto tão triste,

Veio me contar:

Pobrezinho não queria se preocupar,

Com o cárcere,a prisão domiciliar.

As borboletas azuis pedem ajuda,

Os agrotóxicos as expulsam

De suas terras natais...

São tantas as causas que desejo expressar,

A currira que só queria ser mais bela,

Os sanhaços que vem em minha janela,

E os macacos também já deram sinal

Que querem falar...

Oh,Caçapava,olha pra nós,

Ainda tem jeito e não nos deixarmos a sós.

Tem compaixão,precisamos de tantas coisas,

Mas eu apenas te peço:olha pra nós...

Fernanda Ferreira Baylon
Enviado por Fernanda Ferreira Baylon em 26/10/2008
Código do texto: T1248727
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