OS TEMPOS SÃO OUTROS

Seu minino! Seu moço!

O qui é qui tá acunteceno?

Isso que nóis tá veno hoje em dia,

diferente do passado.

Lá atrás, nóis vivia em paz.

O mundo era mió.

Inté o só era mais fri.

Chuvia poco no sertão, é bem verdade.

Mas pudia isperar.

Em oitubru a dezembru,

a chuva caía enverdeando a plantação,

engordano os animá.

Quando a chuva vinha.

As barrage transformava numa cascata abastada,

radiano nosso oiar.

Mas agora é diferente,

A chuva tá minguano.

A quentura aumentano,

intristeceno a todos nóis.

Dia, após dia,

ano, após ano,

a Barrage vai secano.

A terra isturricano.

E o home vai sofreno,

carregando sua cruz, que ele mesmo construiu.

Seu minino, seu moço, é preciso parar pra pensar um bucadim.

E cuidar do planeta,

que viaja no ispaço.

Como diz os home da ciênça.

Seu minino, se nóis não parar pra pensar um bucadim.

Essa grande bola vai continuar viajano no ispaço,

sozinha,

intristecida,

sem ninguém.

Seu moço, vamo parar pra pensar um bucadim,

ainda é tempo de sarvar essa nave ispaciá.

Deomídio Macêdo
Enviado por Deomídio Macêdo em 15/11/2008
Reeditado em 06/06/2011
Código do texto: T1284082