Poetas Brasileiros

Enquanto José de Alencar escrevia Iracema

Castro Alves dizia adeus a doce Tereza

Machado de Assis falava sobre os olhos de Capitu

A morbidez consumia Álvares de Azevedo

Os sabiás de Gonçalves Dias gorjeavam no exílio

Complementavam as noites boemias de Casimiro de Abreu

Aluisio Azevedo comentava sobre o luxurioso rebolado de Rita Baiana

E a malandragem de Noel Rosa pedia para as mulatas não irem embora

Olavo Bilac citava suas poesias aguadas de a arte é gêmea da verdade

Falando sobre os missais e almas, apareceu o “cisne negro” Cruz e Souza

Monteiro Lobato contava as historia de um atrapalhado Jeca Tatu

Ao mesmo tempo, morria fuzilado pelo seu país o nacionalista de Lima Barreto

Manuel Bandeira revolucionava com seus pequenos sapos coachantes

Os Andrade roubavam a cena em plena Paulicéia Desvairada

Jorge Amado o cabloco avermelhado eterno “Capitão de Areia”

O anjo torto de setes faces que vive nas sombras, oh! Drummond

Adoniran pedia a chave para a bela Amelia

As rosas nao falavam com mestre Cartola

Moreia da Silva com seu samba de breque

Parou no sinal fechado o senhor Paulinho da Viola

Cecília Meireles com suas prosas doces invejadas

Maldita hora que a garota passou em Ipanema e Vinicius viu

Nelson Rodrigues com seus contos apimentados e futebolísticos

A seguir surge vindo de longe uma tentação chamada Clarice Lispector

Fernando Pessoa escreve sua autopsicografia

O Que Será, Que Será da Construção de Chico

Lobão é ainda atormentado pela Vida Louca e a Revanche

E rodando de bar em bar, pois o Tempo não Pará, está Cazuza