Água, só das lágrimas



Os  rios estão sem água
O gado está  morrendo
Triste,o olhar deságua
Ao ver seu povo sofrendo!

O solo está seco e ardente
Nuvens não há no horizonte
O peito chora demente
Sob este sol escaldante

No sertão a manhã cálida
É um calor de rachar
A esperança é esquálida
Vem coração devastar.

O vento não sopra ao leste
As águas custam a cair
A lágrima é o que lhe  resta
Esta, não vai resistir.

Vê a  seca como herança
A sede, é sua partilha
Já perdeu a confiança
Caiu na própria armadilha.

Maldita,  a  sede prospera
Feroz, a  fome  agiganta
A cova aberta  o espera
O pranto é sua água santa.

Seu olho perscruta o céu
A chuva não se anuncia
Ao sertanejo fiel
Só resta-lhe a Ave-Maria!




FATIMA MOTA
Enviado por FATIMA MOTA em 28/03/2009
Reeditado em 29/03/2009
Código do texto: T1510212
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