BELA VISTA

Mesmo deitado, fico a olhar...

Simples deleite de todo dia;

rica imagem de um verdor indefinido:

azulado, cinza, neve, hipnótico...

Recebo pela janela o efeito sonífero

dessa gostosa indefinição.

Outra vez aí estás, no lugar em que estavas ontem.

Bonita, imponente, altíssima...

Também a me olhar, a contemplar Lorena, a cuidar do Vale...

Fiel guardiã.

Miro-te, admirado das cabeças de homens,

das esfinges e das formas abstratas que desenhas...

–– momento mágico...

Ah, Mantiqueira!

Suportarei a saudade, no dia em que do meu quarto

não te achar na moldura da janela?

Antonio Leal
Enviado por Antonio Leal em 07/06/2009
Reeditado em 07/06/2009
Código do texto: T1637290
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