Encantos de uma mulata...

Teus olhos ó linda olhos de mormaço...

Tua boca ó linda, boca de pecado...

Que toda noite o rosa, o tucuxina e o cinza vem beijar!

Teu corpo ó mulata, deles é leito...

E teus olhos ó teus olhos, tão cansados me olham...

Mas posso ver nesses olhos negros como açaí, os segredos escondidos e guardados nas profundezas do rio Tocantins...

Nas profundezas da várzea embrenhada, embaixo dos girais, por de baixo das canoas viradas...

Ó Mulata, Ó mulata, deixa eu te ter mulata...

Me dê um pouco de você...

Seus segredos, seus pecados, escondidos e amarrados no pé de uma andirobeira...

Ó mulata me deixa te ter...

Eu te vejo passar...

E no rio banhar....

Eu te vejo de longe, lá de onde o curupira se esconde...

Lá de onde tu esqueceu aquele caboclo, que por horas antes louco, saciou então...

Esquecestes de mim lá...

Naquela mata embrenhada, onde teu corpo foi minha morada...

E teus lábios foram meus...

Ó mulata maldita, do boto tu és filha, pois mas encantadora que tu jamais vi!

Tú ó mulata com teu corpo brasileiro, que não é índio, nem negro...

É brasileiro!

Me seduziu...