O Sertão de Verde Cinza

Estou andando pelo campo a beira do caminho,

Olhando meu sertão em tempo de frio!

Posso vê o umbuzeiro com muito fruto em seus galhos,

É um mato que me cobre, quanto mais o meu gado!

Vejo a serra toda coberta desse verde tão escuro,

Também vejo o meu bode saltitando com prazer em seus pulos!

No andar pela trilha, logo noto a minha filha,

Que corre e brinca no caminho e do meu sorriso compartilha!

É tão belo o meu sertão, que faz medo dele ir do meu coração,

Pois foi aqui que encontrei, boas respostas a minha oração!

Hoje chove com muitas águas, na terra que sofria com o sol forte,

É terra de bom adubo, o melhor do meu norte!

Foi essa terra, que na luz deste sol,

Segurou boa água, por entre seu solo!

Sustentou a raiz do mato por todo o verão,

Com as águas das batatas e das cebolas debaixo do chão!

Novamente olhando o umbuzeiro, que entre as folhas tem um ninho,

Também vejo o casaco de couro, que alimenta seus pequenos passarinhos,

Vejo agora o gavião, que voa alto e tem companhia neste sertão,

É a ave carcará, que voa baixo e fica sempre de plantão!

O gavião nas alturas, busca com os seus olhos a presa que corre o campo,

O carcará já em terra, pega a presa, que de perto está olhando!

Duas aves que tem fortes garras, como a de um dragão,

São valentes e resistentes nessa terra do sertão!

Está é minha terra de cor verde ou cinza escuro, com figura tão formosa,

Seja na seca ou nas muitas águas, única e majestosa!

Já ouvi muitos políticos, com punhos firmes e voz grossa,

Que em dia de campanha, fez seus discursos e suas propostas!

Eles vêm a minha terra, quando o cinza é paisagem,

Fazem suas encomendas, porém nunca fizeram nada!

Sou sertanejo cabra macho, numa terra de tantos altos,

Não devo a homem, os tais políticos, a chuva que cai nos meus pastos!

Seja com a chuva que cobre a terra de verde, ou com a seca que lhe sufocada pelo cinza,

Minha terra vive sozinha, nesta sobrevivência da vida!

De homem não só vem promessa, também vem farra todo dia,

Mas de Deus sempre o cuidado, ao sertanejo que Ele expia!

Espero o pouco ou muito, seja hoje ou no nunca,

Mas a fé é de todos, que sempre a Deus procura!

Sei da luta e da morte, no calor ou no frio,

Sei também que o meu Deus, as suas promessas Ele vai cumprir!

Por meu caminho sempre hei de andar,

Minha terra, meus animais e a mãe natureza apreciar!

Hoje estou com frio, amanhã com calor,

Mas nunca vou ter de Deus, seu desprezo ao meu favor!

Ele é Pai no cuidado e guia como Senhor,

Dele não poderei deixar de pensar, em tudo, como meu Salvador!

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