Um Matuto apaixonado falando com Deus

Êta mô Deus, queria eu ver os zóio dela

Tão lindo, Deus, meu amô dos zóio que nem “péroa” (pérola)

Êta muié linda...

Linda minha, bunita que só vendo

Dela num tem na venda

O Zé disse que num tem mais

Dela só arrumo sartando a janela

Na ponta dos pé vou ver minha muié

É minha missa de domingo

Futebol no sol a pino

Meu luar, minha viola

Poesia, céu, vitrola

Êta mô Deus, eu tô é bobo com essa morena

Muié do cão essa diaba

Deixa mole, deixa bamba

Me arreia as perna

Êta mô Deus, se ela for simbora?

Simbora nóis vai também

Deixo nada ela me deixar

Tanto tempo sem amar

Num quero ôta vida longe do mar...

Dos zóio dela

Êta mô Deus, será que casa cum eu?

Será que lembra ou esqueceu?

Num quero nem saber...

Arrisco meus boi, cabrito e até o Eliseu (passarinho meu)

Êta mô Deus, ela é bunita, num é?

E o sinhô tire os zóio, vum?!

Deixe de inxirimento

Só eu que provo desse seu experimento

Êta mô Deus, tô é cum os zóio apregando

Amanhã tu traz ela de vorta?

É o trato... Se não num tem cachaça nem azeitona no prato

Num fica assim, Deus...

Ó, a irmã dela disse que tu era bunitinho

Era só tirar essa barba de bode e butar um terninho

Mas num é de adevogado, não

Ela quer de delegado

Tá feliz, num é? Mas tá tarde...

Trato feito

Agora vira pro teu lado

Pedro Hermes
Enviado por Pedro Hermes em 01/02/2011
Reeditado em 01/02/2011
Código do texto: T2765384
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