Amazônia Canta

Eu sou a frágil grandiosa

Não a soja, não a soja.

A fina fauna e flora

Não a horta, não a horta.

Uma jóia verde adiamantada

Não acossa, não acossa.

As velhas veias do planeta

Não flebite, não flebite.

O desejo desvanecido

Não derriba, não derriba.

A solução, o problema, o sitio.

Não desflora, não desflora.

A mãe, o pai e o filho.

Não entorse, não entorse.

O pecado da luxúria

Não assola, não assola.

A morte e a vida

Não estafa, não estafa,

Um escorço do planeta.

Não enodoa, não enodoa.

A caixa de Pandora

Não descerra, não descerra.

Um sistema despudorado

Não emenda, não emenda.

Aquela mãe que aleita

Não mais nada, não mais nada.

O filho a desmear

Não mais nada, não mais nada.

Sua mãe desflorestada.

Não a mata, não a mata.

Paulo Pauta
Enviado por Paulo Pauta em 02/04/2011
Código do texto: T2885091