CAVALO CRIOULO EM PORTUGUÊS / CRIOLLO EN ESPAÑOL

CRIOULO I

Há muitos séculos que domina o pampa

esta lendária figura do cavalo

de porte altivo e de potente falo,

a guardar do gaúcho a casa e a campa.

Os estrangeiros não têm igual estampa:

abrange os campos, salta todo o valo,

não teme a lança e nem do tiro o estalo

e firme campereia casco e guampa!...

Do homem da campanha companheiro,

fiel comparsa nas revoluções,

nas pencas e corridas parilheiro...

Relinchando nas guerras saudações,

na lealdade constante o quadrilheiro,

crioulo amigo, te louvo em minhas canções!..

CRIOULO II

Existe uma harmonia nesse trote:

entre minhas coxas sobem vibrações,

como se houvesse nos dois corações

um corpo apenas de vigoroso dote.

Tanto brilha no hipismo ao redingote,

quanto concorda em puxar os carroções;

mas é nas montarias dos rincões

que se mostra mais fogoso que um archote!

Quando se empina, é que domina o pampa

e percorre veloz as sesmarias,

onde mais que o cavaleiro lembra Apolo!

Pelas canhadas do pago salta a rampa

e quando eu tento cantar nas pradarias,

muito mais canta o relincho do crioulo!...

CRIOULO III

É o sangue do crioulo que me agita,

se na querência saio a camperear!...

É o cheiro do crioulo que me excita,

quando minha china venho visitar!...

É o relincho do crioulo que me grita,

quando pego a guitarra e vou cantar!...

E é o vigor desse crioulo que me incita,

A cada vez que parto pra pelear!...

Sinto nas bolas a excitação que sobe,

a cada vez que giro as boleadeiras!...

E as crinas do crioulo são mais belas

que as tranças das formosas vivandeiras!...

E que minha alma meu crioulo roube,

em nosso dia de marcha até as estrelas!...

CRIOULO IV

Livre ele nasce e, mal se põe de pé,

enquanto a égua devora sua placenta,

já ensaia caminhar: percorrer tenta

o verde solo avermelhado até.

Pouco demora a demonstrar a fé

de dominar o campo que o sustenta;

o vento do minuano logo enfrenta:

se cambaleia, dois passos dá a ré.

Se pisoteia o pasto que o sustenta

e o verde sangue da relva assim desata,

seu casco é brando sobre a pradaria.

Mas onde a seca a terra faz sedenta,

com seu suor a poeira desbarata,

num manancial que à terra devolvia.

CRIOULO V

Não fui domado pelos guaicurus,

nem guaranis, tampouco por charruas:

eu vim de barco pelo mar nas ruas

e o convés das caravelas me conduz.

Uns desceram de São Paulo, em plena luz,

outros subiram do Prata em brancas luas,

aclimatados nas querências nuas:

meus ancestrais... mas eu logo me impus.

Sou árabe e europeu, a cruza forte,

do melhor sangue cavalar o filho:

mais que Sepé, trago o lunar na testa.

Mais do que ele, tive melhor sorte:

e se algum dono a terra tem que trilho,

eu que a domino ao som da antiga gesta!

CRIOULO VI

Homem, não penses seres tu que me dominas,

ou que me domas e me curvas ao que queres;

condescendência seja o que me esperes:

somos parceiros de parelhas sinas!...

Eu envolvo tuas rédeas com minhas crinas

e apenas julgas que vou aonde quiseres:

só te obedeço enquanto não me feres

e não é com teu freio que me empinas!...

Sou mais livre que tu, como aonde vou

e não preciso de casa, nem dinheiro,

nem tampouco dessas pilchas do teu luxo!...

Não me criaste, homem, sei quem sou:

serei crioulo sem ter o teu potreiro,

porém, sem mim, jamais serás gaúcho!...

CRIOLLO I EN ESPAÑOL (Revisado por Tristan Riet)

Hace muchos siglos que domina la pampa

la leyendaria figura del caballo,

de porte altivo y de potente falo,

para guardar del gaucho casa y campa.

Los estranjeros no tienen egual estampa,

ceña los campos, salta toda valla,

no teme lanza, ni tiro que estalla

y firme camperea casco y guampa!...

Del hombre de campaña compañero,

fiel comparsa en las revoluciones,

en las pencas y carreras parejero,

relinchando en las guerras salutaciones,

en lealdad contante cuadrillero,

criollo amigo, te alabo en mis canciones!...

CRIOLLO II

Existe una harmonia en ese trote,

entre mis piernas suben vibraciones,

como si hubiera en los dos corazones

un cuerpo apenas de vigoroso dote.

Tanto brilla en el hipismo al redingote

cuanto acepta pujar los carretones,

en las montarias son de los rincones

que se muestra mas fogoso en su azote.

Es cuando empina que domina la pampa

y agil recorre todas las senderas,

donde mas el caballero acuerda Apolo.

Por las cañadas del pago salta las rampas

y cuando intento cantar en las praderas,

mucho mas canta el relincho del criollo.

CRIOLLO III (Tradução de Tristán Riet)

Es la sangre del criollo que me agita

si en la querencia salgo a camperear;

es el olor del criollo que me excita

cuando a mi china voy a visitar;

es el relincho del criollo que me grita

cuando agarro la guitarra y voy a cantar;

es el vigor del criollo que me incita

a cada vez que parto para pelear;

siento en las bolas la excitación que sube

cada vez que giro las boleadoras

y las crinas del criollo son mas bellas

que las trenzas de las hermosas cantadoras

y en fin que mi alma mi criollo robe

en nuestro dia de marcha hasta las estrellas.

CRIOLLO IV

Es libre que el nace y mal se pone en pie,

cuando la yegua devora su placenta,

yá ensaya a caminar: y correr tenta

el verde suelo que abermejado fue.

Muy poco tarda a demostrar que sea

dominador del campo que a él sostenta,

el viento del minuano logo enfrenta,

con dos pasos se sosten, si tambolea.

Si pisotea el pasto que a él alimenta

y la verde sangre de la yerba asi desata,

su casco es blando sobre la pradera,

pero donde la tierra estea sedenta,

con su sudor el polvo desbarata,

cual manantial a la tierra devolvera.

CRIOLLO V

Yo no fue domado por indios guaycurus,

ni por los guaranies, ni del charrua la talle,

viajé de bulque por del mar la calle

y la cubierta de carabela me conduce.

Unos descendieron de San Pablo en llena luz,

otros subiran del Plata en blancas lunas,

se aclimataran en las pampas entre tunas,

mil abolengos – empero yo me impuse.

Soy árabe y europeo, la cruza fuerte

de la mejor sangre caballar el hijo,

más que Sepé, trajo el lunar en la testa,

más do que él, yo tengo mejor suerte,

y si algun dueño la tierra tiene, le dijo:

yo que la domo en mi canción de gesta!...

CRIOLLO VI

Hombre, no pienses seres tu que me dominas

o que me domas o me llevas donde quieres,

condescencia sola de mi esperes,

dos parejeros de semejantes sinas!...

Yo te envuelvo las riendas con mis crinas,

y solo juzgas que voy adonde quieres,

solo obedezco encuanto no me feres

y no es con tu freno que me empinas!...

Soy más libre que tu, como donde voy,

no necesito de casa ni dinero,

ni tampoco de las pilchas de tu lujo.

No me criaste, hombre, yo sé quien soy,

seré criollo sin que tenga tu potrero,

pero sin mi, jamás serás un gaucho!...

William Lagos
Enviado por William Lagos em 30/04/2011
Código do texto: T2940066
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.