A moda dos tropeiros

Na fazenda dos tropeiros
Bandos de homens e gado à beira da fogueira...
A noite caía invernada nos plantéis
Pela estrada

São horas que dedico a ouvir
o coaxar na lagoa
ou ouvir os grunhidos das aves
E o tilintar das estrelas

Os violerios reunidos prá alegria da moçada
que cantarola versos nas noites invernadas

Vendo as matas e os prados me enlevo
Ao contemplar pulcra beleza
Qual as vestes de Salomão
Em toda sua grandeza.

Acorda vento
Acorda dia!

Ao ouvir o rugir dos ventos
em clamores e alforrias...

Veste-se de luz a noite a dentro
e uma estrelinha cadente repousa
nos olhos da morena trigueira!

Ao cingir lindos sonhos
Acorda e vens ver de perto o que sonhavas!

Gotas de diamante espalmadas em harmonia
Ao reluzir de estrelinhas que
saltitantes sorriam da minha inocencia e brejeirice
Ao lembrar dos olhos dela

Entoar versos melodiosos para transportá-la
Para meu castelo!
Hoje, sou digno de estar aqui e agora - Rei!
No malho e no borralho
Da vida consumida em nós atados
pela vida que vicejou versos e estrelas...

Ao prantear meu sofrimento
e devolver-me a alegria
Pois sou tropeiro, sim Senhor!
Com muita honra!

Toco o meu berrante
para a alegria das meninas!

Toco o meu berrante
para a alegria das meninas!

Em sinal de bom presságio:
Que estou voltando...
Para os braços da doce donzela
Que ficou me esperando!

Saí cantando pela vida
retirando muitas dores
Saí cantando pela vida
Adoçando muitos amores-

Da tirana sina me vi -
Hoje estou ensimesmado
Na urdidura sem fim...

A cavalgar por esses pastos
Sem nada pedir!

Oh, cantador, Oh violeiro
Cante uma moda só prá mim
E traga o verso doce mel
De minha prenda que perdi!

Cante, cante sim!






Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 20/08/2011
Reeditado em 20/08/2011
Código do texto: T3172148
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